sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fico imaginando um céu bem azul, e um mato verde no meio do nada, apenas algumas árvores espalhadas pelo caminho, aquela imagem parada ali, que os meus olhos podem ver, meu coração pode sentir, mas eu não posso tocá-la, escuto vozes vindo das brisas, dos ventos, são canções bonitas, suaves aos ouvidos, de repente vejo dois jovens em seus cavalos brancos , a mulher correndo de um lado e um homem vindo de outro, a mulher é loira, tem olhos verdes e o homem é loiro e também tem olhos verdes, aquela linda moça vem com seus cabelos voando em câmera lenta e o homem vem como quem prendesse um choro desesperado, de repente no meio daquele verde interminável se abre um lindo mar com águas mais azuis que o céu, seus cavalos ferozes atravessam aquele rio de encontro um ao outro, os cavalos param, se olham e choram como crianças, são suas lágrimas que vem à cada tarde enxer aquele rio de águas tão limpas, a moça olha para o moço, o moço para a moça e tudo o que consigo ver é uma enorme luz que transborda a paisagem com o encontro daqueles olhares, eu sempre me perguntei porque eram os cavalos que choravam e não os moços, quando dei por mim percebi que o que havia ali era um amor platônico dos dois, o medo de expressar seus sentimentos  e o outro não corresponder, e percebi que os cavalos choravam em forma de protesto, eles enxiam o rio daquelas águas cristalinas para mostrar que o tempo estava acabando, e que se não se declarassem logo um iria ter de partir de tanta tristeza uma hora ou outra, porém os moços tão orgulhosos de si um dia andavam à cavalo quando entraram no mar e toda aquela água se desapareceu em um só instante, eles e seus cavalos morreram, porque a queda foi forte. Passado três dias que os corpos estavam ali já em estado de decomposição eis que todos se ressuscitam porém não era normal, o espírito do homem e da moça ressuscitou no corpo dos cavalos e o espírito dos cavalos no corpo dos jovens, os novos cavalos se olharam e começaram a chorar, eles haviam entendido porque os cavalos de três dias atrás choravam tanto ao se olharam e compreenderam o amor verdadeiro que um sentia pelo outro, comovidos pelo sentimento, viram de que nada vale a aparência e naqueles corpos de cavalo ali mesmo se beijaram, seus cavalos que estavam no corpo dos donos saíram de cima deles deram as mãos e num piscar de olhos sumiram, só restaram ali os dois cavalos brancos, porém o outro cavalo branco também sumiu, e restou apenas um cavalo branco, triste ele sentou à beira daquele rio e chorou muito, até que o rio novamente enxeu com suas lágrimas, ele olhou para dentro das águas e viu o reflexo do seu amor, mal sabia aquele cavalo que aquela paixão nunca iria prosseguir, pois ele era tão bonito que se apaixonou por sua própria imagem. E aqueles dois moços ? aqueles dois eram apenas figurantes daquela imagem que o cavalo sempre via ao adormecer, ele tinha o sonho de ser gente e de ter alguém para amar, aquele cavalo, poxa, aquele cavalo era eu .

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